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Discurso na Sessão Solene do 33º aniversário da Academia de Medicina do Pará

Atualizado: 25 de mai. de 2021




Caros Acadêmicos,

Senhoras e Senhores,


Estamos aqui reunidos para celebrar a passagem do trigésimo-terceiro aniversário de nossa Academia e, também, para prestar uma justa e reconhecida homenagem a dois insignes médicos que deram enorme contribuição ao desenvolvimento da Medicina em nosso Estado, pelo transcurso do centenário de nascimento de ambos. Refiro-me aos Drs. Octavio Augusto Pereira Lobo e Paulo Cordeiro de Azevedo, muito bem representados na Academia de Medicina do Pará por seus filhos, acadêmicos Arnaldo Lobo Neto e Paulo Sérgio Roffé Azevedo, respectivamente.


A ideia da criação da Academia de Medicina do Pará surgiu do estímulo do Prof. Geraldo Milton da Silveira, à época Presidente da Academia de Medicina da Bahia, para que o Pará tivesse sua própria Academia. Um grupo de médicos, entre os quais os Drs. José Maria Cardoso Salles, Luiz Alberto Rodrigues de Moraes, Luiz Cláudio Lopes Chaves e Waldenice de Barros Ohana, levou adiante este propósito, culminando com a instituição da Academia de Medicina do Pará (AMP) em 21 de setembro de 1987.


Para consolidar a nova instituição foi escolhido, por unanimidade, para sua Presidência o Prof. Clóvis Olintho de Bastos Meira, Membro Titular ocupante da Cadeira nº 2, a quem tive a honra de suceder neste silogeu. Coube a ele, auxiliado pelos acadêmicos Armando Novaes Morelli e José Rodrigues da Silveira Netto a tarefa nada fácil de escolher entre os vultos do passado da Medicina do Pará, os patronos de suas quarenta Cadeiras.

No discurso de instalação da Academia, o acadêmico Clodoaldo Fernando Ribeiro Beckmann, seu futuro e segundo Presidente, já destacava que “este grupo de profissionais há de padecer, sem dúvida, da incompreensão de todos os que detestam as Academias quando a elas não pertencem e da crítica que considera as Academias um símbolo de separação entre a cultura e a vida, entre o intelectual e o povo”.


Durante a principal crise de sua existência, a AMP teve na pessoa do acadêmico e ex-Presidente João Paulo do Valle Mendes o porto seguro que lhe garantiu a sobrevivência, organização estrutural, inclusive com a destinação do espaço físico necessário para o desenvolvimento de suas atividades institucionais. Cumpre ressaltar, que o também acadêmico Paulo Mendes Filho, imbuído do mesmo espírito altruísta de seu genitor, assegurou o atual endereço onde hoje funciona a AMP.


Hoje atravessamos uma quadra difícil para a história contemporânea, com a polarização cada vez maior da sociedade mundial em torno do que se convencionou chamar de “direitos sociais”, que nada mais é do que a tentativa de implantar uma agenda política imposta pelas minorias, a pretexto da subversão da ordem natural vigente. De um lado, a Nova Ordem Mundial com sua visão globalista ancorada nos propósitos dos metacapitalistas, de sociedades secretas e a ideia de um governo mundial centralizado. De outro o que resta do conservadorismo da civilização judaico-cristã, que ainda é a base do mundo ocidental. Também inserida neste contexto, temos a aliança eurasiana e o expansionismo muçulmano na Europa com a pretensão da re-fundação do Império Otomano. Essas três forças disputam o poder hegemônico sobre a humanidade.


Qual a consequência da luta dessas correntes pelo poder global? A epidemia do novo coronavírus revelou a total dependência do Ocidente, de insumos básicos necessários ao seu enfrentamento, a ponto de os Estados Unidos, a maior potência global, constatarem estupefatos que tudo o que precisavam encontrava-se na China, país que em tempo recorde atingira o ápice do desenvolvimento com a indispensável ajuda da grande nação do Ocidente, berço da liberdade, do livre comércio e do capitalismo moderno.


A ciência e a ética foram duramente atingidas em todo o mundo. Diante de um agente biológico novo, ainda desconhecido, a Organização Mundial da Saúde em um primeiro momento silenciou quanto ao seu potencial de gravidade, atendendo aos interesses da China, na tentativa de minimizar as consequências globais de algo que já se sabia ser grave naquele momento. Enquanto isto, estava em curso o espalhamento do agente em nível global. Posteriormente, diante da explosiva disseminação do vírus – aparentemente proposital -, a entidade mundial reconhece a situação de pandemia e impõe ao mundo uma quarentena que se provaria mais tarde inócua e desastrosa para alguns países. A Suécia, por exemplo, que não a implantou, teve menor mortalidade que a Noruega, bem ao lado, que a incorporou em sua luta contra o vírus.


Periódicos internacionais de outrora grande credibilidade e respeito abriram suas edições para publicação de artigos sem o devido rigor científico. Posteriormente, cerca de 120 cientistas de diversos países publicaram uma carta aberta com críticas contundentes a questões metodológicas e de integridade dos dados, inclusive apontando a recusa dos autores em dar acesso total aos dados, e a falta de “revisão ética”. Isto obrigou o periódico a um reconhecimento da falha e à retratação.


Causou estranheza a omissão de algumas entidades médicas nacionais no sentido de orientar práticas corretas de preservação da vida e da saúde no contexto do tratamento precoce e dos efeitos deletérios do “lockdown” generalizado, do uso indiscriminado de máscaras e o debácle psicológico e econômico trazidos pela má condução das medidas de contenção da pandemia. Por quê focar na fase grave da doença, quando as alterações por um agente desconhecido que se apresenta com aspecto polimórfico tipo influenza, processo infeccioso pulmonar, complicações imunológicas, hematológicas, que afetam qualquer sistema orgânico, em vez de concentrar esforços em sua fase inicial, onde a cura é a regra?

Estudos têm demonstrado que desde o surgimento do primeiro caso de Covid-19 este vírus já sofreu mais de trinta mutações. Alguém é tolo de acreditar que algum laboratório de pesquisa vai desenvolver alguma vacina para organismo mutante como este e outros vírus com a mesma característica genética? Ainda mais quando tem sido constatado que o Covid-19 não gera imunidade no longo prazo a quem teve a doença, mas tão somente por alguns meses na maioria dos casos, o que pode ser verificado pelos níveis de IgG.


Dentro do corpo existem dez a quinze trilhões de células humanas, mas existem mais de trezentos trilhões de DNA de vírus, o que demonstra que somos formados por 10% de DNA humano e 90% de material genético de outros agentes biológicos. Será que nós estamos olhando para a direção errada? A humanidade chegou até aqui devido à ferramenta mais poderosa que a natureza já construiu para nos defender de qualquer agente patogênico: a imunidade inata. Será que em vez de uma vacina não seria mais apropriado admitir que para bons resultados com a prática de esportes, estilo de vida e integridade física, não estaria mais adequada a observância de seus níveis de vitamina D?


Estudos têm demonstrado que a gravidade das manifestações dos infectados com o coronavírus é diretamente proporcional ao seu nível de vitamina D. Esses estudos constataram que 97% dos indivíduos que tinham o vírus, mas estavam assintomáticos ou com resfriado leve, apresentavam níveis de vitamina D acima de 50 ng/dL. Estamos falando de vitamina D por força do hábito, mas trata-se de um hormônio esteroidal com atuação em 10% de nossos genes. São situações que têm a ver com a resposta dos indivíduos aos esportes, estresse, hormônios e higidez física e mental, de modo global. Todas essas variáveis influenciam a capacidade do corpo humano de debelar estes agentes. O segredo de tudo isso é olhar para dentro de nós mesmos, porque outros influenza, H1N1 e Covid virão, e o que não pode deixar de ser lembrado é que nós já temos condições de debelar esses bioagentes.


Um estudo recente demonstra que 91% da população do planeta é deficiente de vitamina D e que as pessoas mais acometidas desta doença são exatamente aquelas que possuem deficiência desta substância. Portanto, esta pandemia tem servido para muitas reflexões e mudanças de atitude em relação à governança mundial, mas no tocante à capacidade de reagir a um agente biológico, impõe-se-nos uma mudança de paradigma com relação à exposição solar e à suplementação de nossos níveis de vitamina D, para enfrentarmos os desafios ambientas de saúde pública e individual relacionados com o estilo de vida moderno.


Finalmente, quero destacar que, passados trinta e três anos de sua existência, a Academia de Medicina do Pará continua fiel aos seus propósitos iniciais de contribuir para a discussão de temas relevantes atuais, sempre embasados no compromisso com a ética e a verdade científica, em prol do desenvolvimento e do bem-estar de nossa sociedade.

Muito obrigado.

Dr. Alberto Gomes Ferreira Junior

Presidente da Academia de Medicina do Pará

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