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Oropouche: Síntese de Estudos (1961-1981) e o Risco Atual de Transmissão Vertical


Estudos sobre a Febre Oropouche avançam. (Divulgação).

Com o recente alerta emitido pelo Ministério da Saúde (MS) recomendando que estados e municípios intensifiquem a vigilância para a possibilidade de transmissão vertical do vírus Oropouche, a relevância desse agente infeccioso volta a ganhar destaque. Francisco de Paula Pinheiro, nosso acadêmico e pesquisador, foi pioneiro nos estudos sobre essa virose, que impactou milhares de pessoas em epidemias na região amazônica.


Entre 1961 e 1981, Pinheiro, sob orientação do virologista Dr. R. E. Shope, da Fundação Rockefeller, conduziu extensas investigações sobre a febre Oropouche no Instituto Evandro Chagas (IEC). A partir de casos iniciais detectados nos bairros do Marco e da Pedreira, em Belém, foi possível confirmar a presença do vírus em uma grande parcela da população. Cerca de 90.000 habitantes foram infectados durante a primeira epidemia.


Além das manifestações clínicas mais comuns, Pinheiro relatou um fenômeno intrigante: cerca de 60% dos pacientes apresentavam recorrência dos sintomas dias após a aparente recuperação. Embora não houvesse presença detectável do vírus no sangue durante essas recaídas, os sintomas incluíam febre e mal-estar, sugerindo um comportamento atípico da doença.


As investigações de Pinheiro continuaram ao longo das décadas de 1960 e 1970, quando novas epidemias foram registradas em cidades como Bragança, Santarém e Manaus. Em 1980, Belém sofreu outro surto significativo, com casos de meningite asséptica associados à infecção. Estudos posteriores indicaram que o vetor principal de transmissão urbana do vírus Oropouche é o maruim (Culicoides paraensis), um inseto que prolifera em áreas de alta densidade populacional.


Com a recente recomendação do MS para intensificar a vigilância, principalmente devido ao risco de transmissão vertical, os esforços para controlar o vírus devem ser redobrados. É fundamental que estudos contínuos sobre os vetores e seus criadouros sejam promovidos, assim como o acompanhamento de possíveis complicações clínicas, como meningites e abortos, observadas em epidemias passadas.


Os trabalhos de Pinheiro e sua equipe, além de terem contribuído para a compreensão do ciclo epidemiológico do vírus, permanecem como um legado importante no enfrentamento de doenças emergentes e na orientação de estratégias de saúde pública para mitigar a disseminação do vírus Oropouche.


Acesse o texto completo do artigo do acadêmico Francisco de Paula Pinheiro clicando no link abaixo:




A Academia de Medicina do Pará

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